MB Review: JoJo’s Bizarre Adventure Stardust Cruzaders
JoJo’s dispensa apresentações. A franquia, que atualmente já tem 8 partes (com a 9° anunciada recentemente), consegue de fato surpreender a cada novo ciclo, sempre se reinventando, seja em sua estética, enredo ou design. A obra, com mais de décadas de história, se mantém firme, mas há quem diga que tudo isso é devido a sua reviravolta (ou melhor, roundabout) em uma certa parte em específico, a terceira, intitulada JoJo’s Bizarre Adventure: Stardust Crusaders. É sobre ela que falaremos hoje.
Lançada entre 1989 a 1992, a terceira parte escrita e ilustrada por Hirohiko Araki, e publicada na revista Shōnen Jump, ocorre após um longo período posterior aos eventos de Battle Tendency (parte 2). Agora estamos em 1989, onde o JOJO da vez é Jotaro Kujo, um jovem delinquente que precisa colocar suas prioridades em ordem ao descobrir que deve viajar para o Egito para salvar sua mãe e deter o maior inimigo dos Joestar: DIO!
A Narrativa
Talvez essa seja, com certeza, a parte da trama onde JoJo’s ganha sua nova base e ponto de partida para tudo que virá posteriormente. Aqui é construído a esquematização do estilo próprio de ação na sua narrativa, e claro, é inserido a nova metodologia para os poderes. O antigo método, Hamon, é trocado por algo mais exótico e diferente, os Stands!
Mas o que são eles? Bem, resumidamente, são uma espécie evoluída de Hamon em alguma forma espiritual. Como está ao lado do portador, é chamada de stand. É controlado pela força espiritual de seu usuário e movido pelo instinto de luta, portanto, se o usuário não tiver um espírito forte, certamente será morto pela tentativa de desenvolvimento do stand.
Essa nova esquematização de narrativa abriu um leque enorme, e fez com o que essa parte em específico fosse uma das mais dinâmicas, frenéticas e engraçadas.
Apresentados a essa nova espécie de poder, também temos uma nova estratégia para a ação da trama (apesar de ser conhecida por outras obras), as lutas por “estágio” até o chefe final. Com a utilização dessa metodologia, essa parte da obra encaixa diversos vilões, ligados diretamente ao antagonista principal, como capangas, para que Jotaro e sua trupe continuem avançando (na teoria eram pra serem derrotados) até o último Boss. Esse tipo de esquema consegue deixar a obra em um estado frenético quase 100%, e bem, nas mãos do autor, Hirohiko Araki, as lutas não são nada entediantes.
E claro, nessa parte temos a consolidação dos famosos “JoBros”, os aliados do personagem principal (que perduram até hoje nas partes mais recentes).
No princípio, os aliados que chegam conforme a trama avança geralmente eram os vilões de estágios anteriores, onde eles, em contato com a verdade ou uma motivação, mudam sua estratégia e começam a seguir o propósito principal do protagonista. E, meus amigos, eu nunca pensei que o autor dessa obra teria uma enorme capacidade em dar carisma para qualquer que seja o personagem secundário ou aliado. É impressionante a capacidade que ele esbanja nisso, seja nos estrategistas (Joseph Kakyoin e Avdol) como no alívio cômico (O Deus Polnareff e o anjo Iggy).
Comentando um pouco sobre o grande ápice dessa parte, o Antagonista, é válido frisar o quão interessante é como o autor da obra consegue trazer de volta o carismático clássico vilão da parte 1, Dio Brando, mas com um estilo e proposta diferente, dessa vez usando o corpo do cavalheiro Jonathan Joestar. Com o intuito de acabar de vez com a linhagem da família, Dio, durante toda obra, é cercado por um tom misterioso, quase que “divino”, uma voz marcante e sempre representado estando acima de tudo, carregando uma aura intimidadora que causa medo e aflição, um ótimo antagonista. Claro, com suas bizarrices, que fazem jus ao nome da obra.
Vale a pena?
Stardust Crusaders é com certeza a parte que dá origem aos diversos conteúdos clássicos que rondam a obra na internet, sejam memes ou estigmas que conhecemos sobre Jojo, suas poses, bordões (ORA ORA ORA VS MUDA MUDA MUDA), e tudo de atípico que o nome propõe. Todavia, sua trama é muito interessante, a apresentação do vilão, o desenvolvimento dos personagens com o ambiente, a utilização dos Stands como novo mecanismo na história, o humor tóxico e as cenas de batalhas são originais e bem feitas. Essa, com certeza, é uma das melhores partes para se ler ou assistir (vejam o anime também).