MB Review: Komi não consegue se comunicar – Um encontro predestinado
No fim do ano passado a Panini nos surpreendeu (ou nem tanto) com o anúncio de Komi San. E embora exista receios sobre conhecer o título, visto o seu número de volumes e a bela crise que nos cerca, creio ser meio inevitável apontar as qualidades da obra. Obviamente, é um título que tem certo valor pra mim e minha empolgação em falar sobre pode acabar criando a impressão de que o amor está falando mais alto que a lógica. Mas, ainda que fosse o caso, estamos falando de uma história que tem suas qualidades e o seu primeiro volume apresenta muito bem o que podemos esperar dessa história.
Komi Shouko é uma beldade, notas perfeitas, postura e beleza inigualáveis. Ou, pelo menos, é o que todos acreditam. A adolescência é uma fase regada de idealizações e extremos, o que é belo se torna perfeito, o inteligente é genioso (cuidado com os gatilhos de criança prodígio). Essa fase da vida, cheia de erros e acertos é o tema de Komi não consegue se comunicar, se utilizando da comédia e situações do dia a dia somos introduzidos a essa vivência, que faz ou outrora fez parte da nossa vida.
Embora tenha citado inicialmente Komi, a mesma não é a personagem principal dessa história. Acompanhamos o desenrolar a partir de Tadano Hitohito, que parece refletir o contrário de Komi, sendo o mediano do mediano. Seja por consequência direta ou não, acaba por ler muito bem os ambientes e deseja não chamar atenção. Talvez por isso tenha percebido que a pessoa perfeita também tem problemas, e nessa perspectiva a história se desenrola.
Sinopse: O sonho da estudante socialmente ansiosa Komi Shouko é fazer alguns amigos, mas todos na escola confundem sua ansiedade social paralisante como uma personalidade descolada! Com a distância de todos os alunos e a incapacidade de Komi para se comunicar, amizades parecem sempre estar fora de seu alcance. (Retirado do site da Panini)
Neste primeiro volume somos apresentados aos primeiros dias de aula no colégio Itan. Tadano acha estranho o comportamento de Komi e questiona se a mesma tem dificuldades em se comunicar. A partir desse momento, o garoto se sensibiliza com as dificuldades da garota, prometendo ajudá-la a alcançar seu sonho de ter cem amigos. Esse pequeno desenrolar compreende as primeiras páginas do mangá. É interessante perceber o equilíbrio entre drama e comédia. O foco é a comédia, mas isso não o limita, pois existe um peso implícito na dificuldade de comunicação e contradição de Komi: ser adorada por todos, mas não ter ninguém ao seu lado parece ser um peso absurdo. Admito que me peguei emocionado nos primeiros diálogos.
O primeiro volume tem como foco a apresentação dos personagens e a comédia, mas já “tadano” vontade de ver o casal (Sim, eu sou o cara que fez esse trocadilho na live de anúncio).
A segunda parte do primeiro volume nos apresenta o início da busca pelos cem amigos. Dois personagens nesse primeiro momento, Najimi e Agari. E aqui percebemos um pouco da dinâmica e os possíveis problemas que situações episódicas podem gerar. Embora o mangá se desenvolva muito bem nesse primeiro volume, as aparições de Agari são as que considero menos interessantes. Em contrapartida, Najimi parece inundar as páginas com seu carisma e interação com nossa amada dupla de protagonistas.
No final dos volumes temos uma pequena contagem dos amigos que Komi conseguiu nos capítulos compilados.
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A gente sabe que um manga vai ser bom quando a resenha já é boa !!!