MB HQ’s: Eternos – Deuses existem entre nós, e alguns se tornaram quadrinistas
Os Eternos é um título em evidência na atualidade. Sua adaptação em live action, a notoriedade nas mensais da Marvel e sua recente vinda em formato omnibus pela Panini, propiciam satisfação aos fãs mais hardcores do grupo. Ainda que o grupo seja desconhecido do grande público, sua publicação é extremamente interessante e tem mais valor por ganhar vida pelas mãos do primoroso Jack Kirby.
Os mais animados pela história dos quadrinhos de heróis estadunidenses conhecem bem Jack Kirby. Nome frequentemente apontado como um dos mais importantes das HQs, foi responsável por desenvolver diversos conceitos vinculados ao universo cósmico dos supers, em especial na Marvel.
Os Eternos foi um título extremamente importante para a construção do universo cósmico da Marvel. O grupo de heróis e seus inimigos Deviantes, em especial os Celestiais, foram frutos dessa história. A publicação de um omnibus da fase do Kirby provavelmente está vinculado à recente adaptação em live action, mas é inegável o valor desse título.
Dito isto, é uma boa HQ?! Inicialmente foi uma experiência bem estranha, mas não diria que ruim. Recentemente tive contato com alguns títulos clássicos da Marvel. Sempre me impressiono com os dilemas de seus personagens. Eis aqui um ponto importante.
Eternos é um grupo de heróis quase divinos, e por divinos não quero pontuar poder, mas distanciamento dos humanos. Pode parecer bobo, mas enquanto lia não conseguia me conectar ao grupo e talvez aqui esteja um aspecto interessante. O universo e as suas constantes revelações nos guiam mais que seus personagens. Com o desenrolar da trama descobrimos que os humanos não eram a única espécie consciente e que nossos deuses eram astronautas.
Kirby aproveita ao máximo suas páginas para nos inundar com conceitos. Alguns soam interessantes, outros nem tanto, mas no desenrolar surge o interesse pelos buracos deixados, quase que propositalmente, para que o leitor fique com a expectativa de novas histórias.
Os Eternos teve 19 números entre os anos de 1976 e 1978. Todos compilados nessa bela edição. Um formato digno do termo colecionador, que entrega muito em sua qualidade física e tem valor bem justo para o formato, número de páginas e importância da história.
Os Eternos é uma história com início, meio e fim. Sua narrativa sofre um pouco com o excesso de textos e o grande número de personagens, alguns com bom desenvolvimento e outros nem tanto. Kirby não voltaria a desenhar os Eternos, mas seus conceitos e grupo de heróis ainda viveriam pela caneta de outros autores.
