MB Review: The Legend of Zelda – A Link to the Past

Quando se junta uma franquia amada pelos fãs de games com um dos maiores mangakás que já existiram, o que pode acontecer? Esse “combo” de tanta qualidade ocorreu no não tão longínquo ano de 1992, quando o mestre Shotaro Ishinomori (Kamen Rider e Hokusai) escreveu sua versão de um dos maiores sucessos do Super Famicom (Super Nintendo): The Legend of Zelda: A link to the Past.

PORQUE DEVO LER? POSSO MUITO BEM JOGAR O THE LEGEND OF ZELDA A LINK TO THE PAST!

Primeiro que esse título acima de tudo é uma releitura com fim de divulgação do game no ocidente, principalmente no mercado norte americano. Tanto que sua revista de serialização foi a americana Nintendo Power entre Janeiro a Dezembro de 1992, totalizando 12 capítulos. A sua estreia no Japão ocorreu somente em 1993 em formato único simultaneamente com o mercado americano. O mangá saiu pela Shogakukan e nos EUA pela sua subsidiária, VIZ MEDIA.

Para conhecimento de quem não é “fanático” na franquia The Legend of Zelda,, o game saiu em novembro de 1991 no Japão e nos EUA, somente em abril de 1992, já com ⅓ da história do mangá em andamento. Tendo isso em mente, Shotaro Ishinomori mudou alguns fatos da história do mangá com o fim de criar o elemento surpresa aos jogadores do game que já acompanhavam a história na revista.

O “case” publicitário funcionou com sucesso e o jogo foi um dos principais sucesso nos EUA, tanto por sua qualidade como jogo e pela história criada tendo vendido mais de 4 milhões de cópias por todo mundo, o que era um número expressivo há 30 anos atrás.

COMO É A HISTÓRIA?

The Legend of Zelda: A link to the Past (Um elo com o passado), conta a história de Link, um garoto alegre quanto desastrado que em uma noite de tempestade, ouve os gritos de uma jovem donzela a perigo em sua mente. Estranhando o fato ele tenta acordar o seu tio, mas não o encontra. A voz em sua mente fala que é a princesa do reino de Hyrule, Zelda e que precisa de ajuda pois ela está sendo sequestrada.

Link parte para o castelo de Hyrule e vê seu tio sendo morto por Agahnim, mago que está sequestrando Zelda com o intuito de trazer Ganon a personalização do mal e das trevas do Dark World. Link e Zelda conseguem escapar do castelo e se escondem numa igreja, mas Agahnim os segue e sequestra  a nossa amada princesa, que pede para que Link vá atrás da espada lendária Master Sword.

Começa então a jornada de Link para achar a espada e se fortalecer como guerreiro. Quando ele se torna digno de empunhar a lendária espada, ele confronta Agahnim novamente, mas não consegue impedir que o vilão mande Zelda para o Dark World. Em um ato de desespero após ser ferido mortalmente por Link, o maléfico mago manda, em seu último suspiro, Link para o temido Dark World.

Chegando no Dark World, Link descobre sobre a origem daquele mundo, sobre a famosa Triforce e que ela está sendo dominada por um ladrão chamado Ganondorf, que transformou aquele mundo em algo sombrio e das trevas. E que para mudar o destino de todos ele teria que salvar as descendentes dos sete magos (inclusive Zelda) e destruir Ganondorf.

Link não consegue isso sozinho e conta com a ajuda do Rei dos Zoras, uma raça que vive nas águas,da fada Epheremelda que guia o nosso herói pela Dark World e por um guerreiro hyruliano orgulhoso que foi mandado para o Dark World chamado Roam.

Link também descobre que os dois mundo são conectados e passa a salvar as descendentes dos sete magos até descobrir o paradeiro de Zelda, na temível Turtle Rock. Ao chegar ele enfrenta um terrível Dragão de três cabeças e com a ajuda de Roam consegue derrotar o chefão e salvar Zelda.

Com isso todos partem para enfrentar Ganondorf/Ganon e numa batalha insana Link e Zelda destroem o mal e Link passa a ser o guardião da Triforce, devolvendo a paz em todos os mundos.  No final, Zelda se torna a Rainha de Hyrule e Link um cavaleiro sagrado, mas há um certo arrependimento por parte de um dos protagonista…

MAS E AI? O MANGÁ É BOM?

Como dito, é uma excelente releitura, primeiro pelo fato de vermos um pouco da personalidade do Link que simplesmente não fala nos jogos! Link é apaixonante, tanto que Zelda como Epheremelda são apaixonadas por ele. E Link não esconde seus sentimentos por Zelda, o que é o que muitos fãs “shippam”. Segundo, o modo de se fazer mangás de Ishinomori em mais plena forma. Os doze capítulos são de uma ação interminável, com grandes lutas e explosões, e muito realismo, no melhor estilo do Rei dos Mangás. Mal sabíamos que seria uma das últimas obras desse artista genial. 

O segundo arco, o que chamamos de Dark World é totalmente diferente do jogo, desde do modo que o Link não se transforma em uma fera, como pelos personagens que só existem nesse mangá como Roam, Epheremelda, o Bibliotecário e o garoto de Kakariko. O fato do Link não eliminar os “chefes” sozinho é algo a ser destacado, todos acabam ajudando Link de alguma forma, principalmente no Dark World.

A versão de Ishinomori é tão fantástica que elementos como uma guia para nosso protagonista são implementados em futuros jogos. Em uma entrevista, Shigeru Miyamoto, criador da franquia, disse que Navi (aquela fada insuportável que fica o tempo todo “Hey! Listen”) a companheira de Link em Ocarina of Time, amava e tinha ciúmes de Link, exatamente como Epheremelda, inclusive o final das duas são exatamente iguais. Mas nunca foi confirmado se foi uma criação de Ishinomori ou do Miyamoto, pois Ishinomori faleceu meses antes do lançamento de Ocarina of Time.

E A EDIÇÃO BRASILEIRA?

A edição da editora Panini contém um certo luxo. A capa contém um hot stamping no título, capa cartão laminado e miolo couché. Ah mas full color não é luxo? A obra foi publicada totalmente colorida, pois a publicação original na Nintendo Power é colorida. É uma obra linda, vale cada centavo. 

Outro detalhe importante é a “adaptação”. O mangá mantém fiel diversos termos dos jogos, fazendo as adaptações de forma coerente e pontuais, agradando os mais entusiastas e os mais despreocupados.

FINALIZANDO

The Legend of Zelda: A Link to the Past virou um cult devido ao sucesso dos envolvidos e da potência que é a franquia da Nintendo. Se você ama Zelda, Link e todos os elementos, a aquisição é obrigatória. Se você é fã do Ishinomori, ou gosta de games, com certeza curtirá a obra.

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