MB Review: Little Knight, de Ai Nimoda

Little Knight é um mangá BL (Boys Love) publicado em 2019 pela editora New Pop. Na história acompanhamos o conselho estudantil do colégio Kokuun, suas intrigas e a relação entre os seus integrantes. A premissa simples da história reflete muito do seu desenvolvimento, e ainda que possa agradar os fãs de Bls, pode ser uma decepção para quem busca algo a mais.

Recentemente tenho embarcado na leitura de obras BL, e embora possa admitir que tem sido uma experiência mais morna do que eu esperava, existe a expectativa de que algum título tenha um impacto que vá além da alcunha dos BL. Infelizmente, não é o caso de Little Knight, mas vamos dialogar para entender.

Little Knight foi originalmente publicado na revista Comic Magazine Lynx no ano de 2012, a autoria e desenho é de Ai Nimoda. No Brasil, a obra foi publicada pela editora New Pop, no formato 12,8 x 18,1 cm, com miolo em offset, com preço sugerido de R$18,00. Em quesitos gerais, a edição é bem competente, desde sua qualidade física quanto a revisão.

SOBRE A HISTÓRIA

Sinopse: Os membros do Conselho Estudantil do Colégio Kokuun, uma das escolas de maior prestígio do país, onde se reúnem filhos de famílias ilustres, é formado apenas por pessoas de altíssima classe. Por alguma razão, um aluno comum chamado Kousuke Tamanaka, sem nenhuma qualidade especial se não uma força extraordinária, tornou-se o novo membro do Conselho!! Além disso, ele foi nomeado pessoalmente pelo presidente Junichi Tennomiya para ser o seu guarda-costas…?!

A premissa da história tem como foco principal o nosso pequeno cavaleiro, Kousuke Tamanaka, que é um estudante mediano e franzino, mas que inesperadamente tem muita força e propensão a ajudar o outro. A primeira parte da história acaba por desenvolver sua relação com Junichi Tennomiya, presidente do conselho estudantil que está sob ameaça devido a sua posição e as regras escolares. Além disso, pouco sabemos sobre os personagens.

Escola dos sonhos, hein?! Tá liberado resolver os desentendimentos no soco

 Esse primeiro momento da narrativa é o mais consistente, foca-se em apresentar os personagens e seus dilemas, mas não consigo deixar de sentir que são personagens que eu já vi e revi em outras histórias. A resolução desse primeiro conflito abre espaço para o desenvolvimento do arco dos outros personagens do conselho estudantil.

Os personagens Tatsumi Ue e Yuuya Nakamae compõem um segundo momento da história, e devo admitir que foi o momento que mais me pegou no mangá. Seu foco está em destacar as grandes diferenças entre os dois e a insegurança que surge através do diferente. 

Aquele casal com pouco tempo de tela, mas que merece meu amor.

Um dos problemas da história seria se dividir em mais de um núcleo, ainda que a ideia pareça voltada a desenvolver os diferentes casais em prol de atrair diferentes autores, também fica a insatisfação de acompanhar os diferentes casais, visto que a depender da sua preferência narrativa alguns desenvolvimentos podem ser mais interessantes que outros. Esse elemento se intensifica, levando em conta que todos parecem apresentar um padrão nas suas narrativas, personalidades e relações.

Por fim, temos Kazune Kariya e Akanegabuko. O Kariya é particularmente um personagem interessante, a forte pressão da família acaba por impactar na sua formação de personalidade, valorizando o trabalho e status em detrimento de relações amorosas. O desenvolvimento de sua primeira relação amorosa acaba expondo todos os sentimentos que outrora guardava, e embora isso acabe sendo utilizado como justificativa em cenas eróticas, é um ponto interessante a ser destacado.

VALE A PENA??

A história acaba por ser bem básica, e ousaria dizer que é sem sal. Por conter apenas um volume, já temos um número de páginas extremamente limitado. Some isso ao desenvolvimento de 3 casais, sendo possível dividir a história em 3 pequenos arcos. Embora alguns personagens sejam bem simpáticos, a limitação de páginas leva a uma limitação de desenvolvimento, o que sabemos dos personagens acaba dependendo do que os mesmos acabam por dizer, refletindo no distanciamento entre o leitor e seus personagens, ou pelo menos diminuindo o peso das relações que estão sendo representadas.

Também é válido dizer que as cenas de sexo são bem encaixadas na obra, trazendo conteúdo aqueles que gostam desses momentos mais quentes, mas também não tomando um espaço muito grande na história.

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