MB Especial Meiko Kaji: Female Prisoner Scorpion – 701’s Grudge Song (1973)
Female Prisoner Scorpion: #701’s Grudge Song (Joshu Sasori – 701 Go Urami Bushi) é o quarto e último da primeira série Female Prisoner Scorpion com a atriz/cantora Meiko Kaji no papel-título e é o primeiro do diretor Yasuharu Hasebe na série que assume a ingrata tarefa de substituir o genial Shunya Ito, que dirigiu os três primeiros filmes dessa franquia.
Fugindo novamente, Nami Matsushima é descoberta trabalhando em uma capela de casamento pelo inspetor Kodama. Ela então é capturada, mas no caminho para a estação consegue escapar. Também somos apresentados a Kudo, um homem que trabalha na iluminação de um clube de strip local, que se revela sendo um ex-manifestante que já havia tido seus próprios problemas com a polícia no passado.
Por coincidência do destino, ele acaba encontrando a Nami que estava ferida e lhe ajuda em sua fuga. Porém, uma das strippers que trabalha com Kudo descobre o que ele acabou de fazer e alerta a polícia, então os policiais prendem Kudo, batem nele a fim que ele diga onde escondeu a Nami. Sem sucesso, os policiais decidem soltá-lo para que possam seguí-lo até seu esconderijo e descobrir onde Nami está escondida.
A quarta parcela da saga da Sasori é definitivamente a mais fraca e que não precisava ter acontecido. Apesar de ter total respeito ao diretor Yasuharu Hasebe, que dirigiu a saga de 5 filmes “Stray Cat Rock” (1970) também protagonizada por Meiko Kaji, ele não está no mesmo nível do diretor anterior. Como exemplo, posso citar a falta de enquadramento no olhar da Nami, que renderia ângulos marcantes, fazendo até as cenas mais triviais transbordarem de energia, mas em #701 ‘s Grudge Song não há nenhum momento assim e isso faz muita falta.
Como ponto positivo podemos afirmar que a estrela Meiko Kaji e o todo o elenco de apoio tem ótimas atuações, assim como no filme é muito bem feito utilizando a iluminação dos cenários e a trilha sonora, mas todo o resto do filme é fraco e está aquém do que o diretor anterior fez. Temos pouquíssimas cenas que são realmente marcantes. Particularmente, gosto de apenas três cenas, a inicial que faz um bom link com o final (uma completa a outra), a parte da “execução” na forca, o cenário e a iluminação estão fantásticos aqui , e a última aparição da Kaji no papel da Sasori, quando vai colocar em prática a sua vingança contra o homem que a traiu entregando ela para as autoridades, gosto bastante do jogo de luzes presente nessa parte do longa.
Mas é só isso, o roteiro, que também teve dedo do novo diretor, é um tanto exagerado em cenas sexuais assim como momentos que considero desnecessário para a boa condução de ritmo da trama, como o interrogatório do senhor Kudo e toda a parte do retorno de Nami à prisão. Curiosamente, esse é o filme que a personagem da senhorita Kaji têm mais linhas de diálogos, não é tanto mas é bem mais que as falas delas nos três filmes anteriores juntos, e isso não é de forma alguma um ponto negativo, só queria mesmo ressaltar isso aqui.
Female Prisoner Scorpion: #701’s Grudge Song como dito anteriormente é o mais fraco filme da saga da Sasori. Infelizmente a dona Toei se perdeu quando planejou que essa história se estendesse tanto, por mais que exista um esforço de fazer um bom filme por parte de todos os envolvidos, essa missão já estava fadado ao fracasso desde o momento que os chefões da Toei deram luz verde para esse roteiro pífio que não que não acrescenta em nada para a história da personagem. Ao fim, vemos pela última vez a Meiko Kaji vestida como Sasori, após uma certa caminhada sem destino aparente, ela faz uma pequena pausa e encara a câmera, fazendo assim a sua despedida definitiva da série mesmo sendo um adeus que nos deixa um gosto amargo na boca por ser um filme que não deveria ter existido, e acaba ficando no imaginário do espectador: Para onde ela foi? O que aconteceu a ela? Bom, essa resposta nunca saberemos, eu prefiro aceitar o final magnífico do segundo filme como sendo a despedida final da Sasori, uma mulher de poucas palavras e com uma personalidade forte e explosiva quando mexem com ela, o famoso “cutucar onça com vara curta”, uma mulher que faz as suas ações por ela ao invés de expressar em palavras.
A série continuou por mais duas sequências oficiais, mas sem a Meiko Kaji. Houve uma série de filmes intitulados Scorpion desde então, mas eles têm pouca ou nenhuma semelhança com os originais.