MB Review: Popeye – Um Homem ao Mar

Esse texto, antes de tudo, é feito por uma pessoa que não gostava do Popeye. Seja da animação assistida na infância ou do filme cult dos anos 80. Achava a animação repetitiva à exaustão e o filme… bem, é algo que não caiu no meu gosto.

Então, ler Popeye – Um homem ao mar, da Editora Skript, era um duplo desafio. Primeira leitura de uma editora relativamente desconhecida por muitos com um personagem que eu não gostava.

A HQ de Antoine Ozanam e Lelis é uma homenagem a esse fenômeno pop de quase uma década. Afinal de contas, quem não conhece o marinheiro Popeye? Mas esse quadrinho, em específico, melhora demais a experiência com o velho homem do mar que come espinafres em lata.

A densidade dos personagens envolvida em um roteiro perfeito, destrinchado em cada página virada, mesmo quando sem diálogos, é uma experiência incrível ao passar de cada página. Uma Olivia forte e moderna, um Dudu que usa sua influência e informações em troca de comida, um Brutus troglodita egoísta mas que não necessariamente um vilão e um Popeye amargurado por sua vida sofrida, mas com um coração de ouro, dá mais impacto ao universo criado Elzie Crisler Segar do que as mídias já apresentadas.

E se o roteiro é bem elaborado, exige-se uma arte singular. E Lelis combina com tudo que nos é apresentado, com cores ímpares, que enriquece demais a HQ, e me fez parar por diversas vezes e admirar tamanho talento. É uma sensação incrível ao ver a sinergia poderosa da dupla.

Soma-se a isso a uma edição caprichada da Editora Skript, com um prefácio rico e informativo, merecedor de destaque por tanto ensinar a pessoas como eu que não gostava do personagem, ainda que tenha apreço pelo mesmo.

Popeye – Um homem ao mar é uma leitura incrível, que sensibiliza, educa e mostra uma história maravilhosa que respeita todos os elementos do universo do personagem e joga num patamar elevado, como se compreendesse perfeitamente tudo que o criador pensou para ele. Se você ama HQs, precisa ler essa obra maravilhosa. Impossível não se emocionar e não se apaixonar pelo universo homenageado.

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