MB Review: A Nova Ilha do Tesouro

Nova Ilha do Tesouro é um mangá leve e divertido, mas não apresenta nada de tão especial, mesmo em comparação com outras obras do Tezuka. Ainda assim, é recomendado caso você goste de mangás antigos ou do autor, já que foi uma obra bastante influente ou simplesmente queira uma história gostosa e engraçada.

Osamu Tezuka não é tido como o “deus dos mangás” à toa. Seus trabalhos foram um ponto de virada na história dos quadrinhos japoneses. Claro que tentar listar seus trabalhos aqui, em ordem de importância, é uma prepotência enorme, pois além de ter escrito centenas de títulos, várias de suas obras tiveram alguma importância específica em determinado momento durante o processo de evolução dos mangás para chegarem ao que são hoje. Nova Ilha do Tesouro é uma dessas.

Escrito em 1947, o mangá conta a história de um garoto que acha um velho mapa do tesouro e corre para o cais da cidade para mostrar ao capitão do navio que estava zarpando. No caminho, quase atropela um cachorro e, por mais que esse detalhe pareça sem importância, esse acontecimento é um ponto chave para o início da “aventura” (quer saber o porquê das aspas? Só lendo).

A história é simples, temos o garoto, o capitão, o cachorro e alguns piratas comandados pelo capitão Boar que acabam perseguindo o grupo a fim de conseguirem o tesouro. O que realmente torna a obra interessante é observar como Tezuka trabalha isso. Lembrando que é um trabalho desenhado há 75 anos. O dinamismo apresentado nas páginas é algo realmente impressionante. Hoje é algo normal, mas, para a época, era algo não visto com muita frequência. O autor consegue dar uma sensação de movimento incrível com seus desenhos leves e seu traço dinâmico e cômico. Aliás, fica evidente a inspiração das animações ocidentais nos seus desenhos. Quase toda a história é contada em quatro quadros por página, que são lidos no sentido vertical.

Alguns elementos não envelheceram tão bem, como, por exemplo, a representação dos nativos da ilha, que é uma visão completamente preconceituosa. Inclusive, o “herói” da trama é um personagem que é o oposto dos nativos. No fim da edição ainda temos um extra de várias páginas do próprio Tezuka contando sobre sua rotina lá pelos idos de 1940. É muito legal. A obra em si não apresenta nada demais, mas é divertida e vale a pena ser lida caso você goste de mangás antigos ou seja fã do autor. Mas a importância dela no processo de evolução do mangá é inegável. 

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