MB Review: Umbrella Academy vol. 1

Traga seu próprio Apocalipse e sirva um chá.

Com quantos apocalipses você é capaz de lidar? Em um universo onde dezenas de crianças nascem com superpoderes inexplicáveis, um milionário excêntrico reúne um grupo delas e cria a Umbrella Academy. Como toda a formação de heróis deve ser, e com a infância destruída, temos a reunião deles no futuro após a morte do milionário. Agora, se veem no precipício de um apocalipse.
Como parar o fim do mundo mesmo tendo certeza dele? Com essa premissa, e uma dose de insanidade que deixaria o Coringa orgulhoso, Umbrella Academy vem para te divertir e mostrar que nem todo apocalipse é tão ruim assim.

Existe uma grande possibilidade, sendo fã de quadrinhos ou séries de TV, que você tenha ouvido falar de Umbrella Academy, afinal muitas coisas interessantes a rodeiam. Vamos começar por seu autor, o multi talentoso Gerard Way, antes conhecido como o vocalista da banda My Chemical Romance (eu estou falando com você, garoto e garota do começo dos anos 2000, você sabe do que estou falando). Gerard resolveu adentrar esse mundo de quadrinhos, e teve o apoio de um editor veterano da Dark Horse, Scott Allie, que no posfácio desta edição da Devir desce o verbo explicando como se sentiu ao apostar nesta obra.

Lançada em 2007, e vencedora do prêmio Eisner de melhor minissérie em 2008, a série teve um imenso sucesso pelo seu estilo: a loucura.

Gerard faz tudo acontecer muito rápido. Não existem explicações profundas, elas simplesmente ocorrem neste volume.

Alguém fala com fantasmas? Ótimo. Família disfuncional repleto de abusos? Existem. Personagens na aparência de criança sendo puros psicopatas? Mas é claro. Você pode escolher aqui se quer ter uma visão travada na adaptação. Se isso ocorrer, pode se frustrar. Alguns detalhes que a série traz, caso tenha conhecido ela primeiro, entram em contraste com o visto aqui, ou é apenas um movimento de elucidação de Gerard.

A história deste primeiro volume cobre o primeiro grande arco e, por sua vez, as duas primeiras temporadas da série. Existem diversas coisas que iniciam aqui, como o estilo alucinado que a Dark Horse pede. Geralmente, os primeiros volumes são um apanhado geral da ideia, e depois as profundidades começam a surgir em minisséries.

A aposta em ler algo consolidado em série é sempre de boa pedida, pois muito da intenção do autor se perde em adaptações, e caso você queira essa conexão maior com os quadrinhos, eis o lugar certo. Além daquele velho sentimento de querer saber mais, essa edição conta com um prefácio e um posfácio muito bem traduzidos, com artes exclusivas dos escopos iniciais da obra.

No geral, Umbrella Academy e este primeiro volume servem para erguer o leitor, dar aquele espaço para o humor cínico e crítico de Gerard e ao menos apresentar um universo grandioso. Se vale na coleção? Sem dúvida alguma.

Agradecimentos a editora Devir pelo envio do quadrinho digital para análise.

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