MB Animações: Blade Runner – Black Lotus

Blade Runner é um nome de peso para os mais vidrados em ficção científica. Partindo da ideia de uma realidade em que uma guerra nuclear destruiu boa parte do ambiente e da vida na Terra. Ainda que busque trazer discussões diversas, a obra acaba por ficar na relação entre humanos e replicantes, andróides que tem por objetivo ser uma cópia fiel dos primeiros, ao menos em aparência.

A existência de replicantes em Blade Runner é emblemática, discutindo valores como vida consciente e humanidade, visto que ainda que expressem sentimentos, são vistos como objetos passíveis de serem caçados por Blade Runners, os caçadores de replicantes. Dito isso, por que fazer toda essa introdução?! Blade Runner: Black Lotus é uma produção animada situada no universo de Blade Runner, seus episódios estrearam na temporada de outono de 2021, e embora a obra tenha uma experiência narrativa fechada, compreender a mesma como parte desse universo é indispensável para um aprofundamento da leitura. 

Blade Runner: Black Lotus é uma animação que surge da parceria entre o canal Adult Swim e o serviço de streaming Crunchyroll. Parceria essa que no mesmo ano criou a Fena: Pirate Princess e gerou certo burburinho na época do anúncio.

A produção da animação em si ficou por conta do estúdio Sola Digital Arts, estúdio conhecido por suas produções em CGI, e sim, estamos falando de uma produção feita totalmente em CGI, mas segure o ranço e acompanhe um pouco mais o enredo.

A história acompanha Elle, uma garota que pouco se lembra do seu passado, mas demonstra grande habilidade e força física. No desenvolvimento dos episódios percebemos que seu passado esconde muito sangue e uma grande conspiração envolvendo algumas pessoas da elite política e empresarial da cidade. 

Acho criminoso que o hype de algo aumente apenas por conta de uma espada, mas admito que entregou d+++.

É válido dizer que por ser situada no universo de Blade Runner, a obra se desenrola em um universo cyberpunk. A ideia de megacorporações e da falta de ordem e qualidade de vida estão muito presentes nos ambientes que compõem a obra, mas seu foco e a jornada da personagem se encaixam muito bem nos padrões narrativos que já conhecemos, visto que estamos falando de um anime.

Os diretores Shinji Aramaki  e Kenji Kamiyama estão acompanhados pela produção de Shinichiro Watanabe, algo que explica a belíssima trilha sonora da obra, já que esse é o cara que simplesmente criou nosso inesquecível Cowboy Bebop. Esse time conduz muito bem os elementos narrativos, mas esbarram em um roteiro previsível e uma difícil combinação com elementos de histórias de diferentes culturas. Não que isso torne a história ruim, mas tira muito de seu brilho. 

Um dos destaques é a animação e as diversas referências ao universo do qual se deriva. Não sou grande defensor do CGI, mas estou longe de ser preciosista com animações. Temos um impressionante CGI e algumas das melhores lutas que pude assistir nos últimos anos. 

Por fim, Black Lotus é uma história sobre vingança, redenção e ovelhas, digo, androides. É impossível não procurar elementos do Blade Runner no anime, e ainda que existam, tudo parece muito genérico para os mais apaixonados. Não é a história que esperava, mas está longe de ser uma história não indicável. Boas lutas, arcos dramáticos interessantes e o bom uso do CGI, fazem dos personagens um pouco mais humanos durante os 13 episódios da animação. 

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