MB Review: GON #2

O dinossaurinho encrenqueiro continua aprontando das suas no segundo volume e, ao menos nesta edição, consegue demonstrar um pouco mais de compaixão. 

O mangá continua divertidíssimo, tanto quanto, ou até mais que o primeiro volume. E assim como na edição anterior, cada capítulo se passa em um bioma e/ou localidade completamente distinta, começando com “Gon desce o grande rio”, que chegou a ser publicada no Brasil pela Conrad. A história se passa na floresta Amazônica, o que fica explícito por seus rios, espécies e cenários. Inclusive, podemos identificar peixes da região, como a piranha e os botos. Na história Gon vai parar no rio Amazonas após tentar beber água em uma caverna.

Na sequência temos um capítulo onde uma mãe lobo está à procura de comida para seus filhotes, portanto, ela deve caçar, mas Gon sempre a atrapalha ao unir forças com outros animais e dar uma lição na mamãe lobo. Uma história que desperta sentimentos contraditórios em quem lê e possui um desfecho ridiculamente engraçado.

Mas se houve um conto que me fez gargalhar nesse volume foi “Gon vai buscar cogumelos”, onde o protagonista e outros animais estão famintos e começam a procurar fungos na floresta. Acaba que todos ficam extremamente alucinados, sorrindo, desmaiando e até caindo na porrada. Realmente foi genial. Mas também temos algumas histórias mais dramáticas, com direito inclusive a “vilão”, um tigre gigante. Aqui vemos uma família de lobinhos sendo perseguida pelo tigre e Gon tenta ajudar. Eu não esperava dizer isso, mas de fato fiquei com o coração na mão enquanto lia.

Uma das coisas que mais me fascina em Gon é ser um mangá completamente sem falas com situações transmitidas de forma objetiva. Não é necessário ficar observando os mínimos detalhes para compreender algo, está tudo ali. Não sou desenhista nem roteirista, mas conseguir transmitir tantas coisas sem o apoio dos textos e onomatopeias, me parece ser ainda mais difícil. O que faz de Masashi Tanaka um artista ímpar.

É evidente que o criador entende de biologia e dos animais que coloca nas histórias. Em uma passagem que envolve tartarugas filhotes, as situações no mangá, mesmo que um pouco mais exageradas, ocorrem exatamente como eu me recordo de ter assistido em documentários. Como sempre destaquei quando falava do mangá ou do autor, a arte é um espetáculo. Não há o que discutir. Tanaka é simplesmente um dos desenhistas de mangás mais detalhistas que eu já vi e, provavelmente, o Japão já viu. Parece exagero, mas não é.

Divertidíssimo. Essa palavra define bem o que Gon tem sido. Uma obra leve, que serve para todas as idades e faz o que propõe com uma competência imensa, apesar do preço um pouco proibitivo da edição nacional. Ainda assim, mais que recomendado.

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