MB Review: Borboleta Assassina #01
Nos últimos anos, vemos cada vez mais histórias retratando o Japão feudal sendo publicadas no Brasil. Borboleta Assassina é mais um desses títulos, que acabou surpreendendo positivamente.
De autoria de Yuka Nagate, Borboleta Assassina (Choujuu Gitan) foi publicado entre novembro de 2009 e agosto de 2010, na revista Comic Bunch e rendeu 2 apenas dois volumes, já que a revista em que a obra era publicada foi cancelada. Entre março de 2011 e maio de 2013, a autora publicou a sequência da obra na revista Comic Ran, que foi completa em 5 volumes. No Brasil, o volume 1 do mangá corresponde à primeira parte, e os volumes 2 e 3 correspondem à sequência.
Após a ascensão do Xogunato Tokugawa, grande parte dos shinobis (ninjas) que outrora tinham uma função específica, se viram “desempregados”. Enquanto vários optaram por levar uma vida e profissões comuns, outros foram para o mundo do crime. Esses são chamados de “shinobis desgarrados” e para lidar com eles, existem os ex-shinobis, que agem como caçadores. É aí que entra a protagonista Ochou, caçadora de desgarrados, que também trabalha em um prostíbulo em Yoshiwara, o bairro da luz vermelha.
Acompanhamos a trajetória Ochou, que cumpre várias missões ao lado de seu companheiro, Raizo. É muito bom ver como as missões são resolvidas, a história do alvo e os combates que acontecem, que são desenhados de forma magistral. A autora consegue fazer com que o ritmo seja excelente. Em paralelo a isso, vemos mais sobre a vida da protagonista, os dilemas que enfrenta, e o pesado ofício onde qualquer um que seja uma ameaça, deve ser eliminado. Qualquer um.
Uma coisa interessante é que já estamos “cansados” de ver histórias publicadas no Brasil retratando os samurais no Japão feudal, mas quase não temos acesso à histórias que retratam shinobis. Me vem à mente Naruto, Ninja Slayer e Basilisk, mas todas vão para um lado mais fantasioso. Já o Borboleta Assassina é muito mais calcado na realidade. Certamente existe uma dose de exagero, mas é um retrato bem mais fiel do Japão da época e de como essas pessoas agiram.
Recomendo muito que dêem uma chance. Por mais que pareça algo mais do mesmo, não é bem assim. Temos aqui um excelente drama de época com personagens interessantes, temática cativante e uma arte espetacular.