MB Review: Kamen Rider, vol. 2

Shotaro Ishinomori não é chamado de Rei dos Mangás à toa e Kamen Rider não é sua maior franquia por acaso. Neste volume de Kamen Rider aprenderemos realmente muita coisa com um dos mestres dos quadrinhos do mundo inteiro.

Irei falar partes do enredo do mangá e do Tokusatsu. Fica por sua conta e risco seguir em frente!
Falamos do primeiro volume, pode conferir aqui.

Kamen Rider passou por um problema durante as gravações da série de Tokusatsu, Hiroshi Fujioka, ator que fazia o Takeshi Hongo, sofreu um acidente grave, quase perdendo uma das pernas. Com isso, um segundo ator foi escalado para tocar a série e Takeshi Sasaki acaba assumindo o manto do Kamen Rider, com um novo personagem, Hayato Ichimonji. A justificativa na série de Tokusatsu foi que Takeshi havia ido para a Europa combater a Shocker. A mesma desculpa foi usada para justificar a saída de Hayato no retorno de Takeshi, indo para a América do Sul e tendo uma nova transformação. No mangá, não acontece bem isso.

Situando o que acontece em Kamen Rider no primeiro volume, Takeshi Hongo foi transformado em um Cyborg pela Shocker, um organização secreta que almeja dominar o mundo. No entanto, Takeshi foi salvo pelo Doutor Midorikawa antes de ter seu cérebro modificado, se tornando um rebelde contra as forças do mal. Kamen Rider enfrenta o Homem Aranha, o Homem Morcego e termina o arco falando sobre os efeitos da poluição contra um casal.

Neste segundo volume é o final trágico da saga desse casal. Cobra e Takeshi investem sua fortuna em tecnologia para enfrentar a Shocker de igual para igual e tem que lidar com seu relacionamento com Ruriko, a filha do seu salvador, o Doutor Midorikawa, que acaba falecendo no primeiro volume.

Agora inicia o que separa os gênios dos meros mortais. Ishinomori adapta o mangá com o problema que ocorreu na série e dá um fim ao protagonista sem nenhuma pena ou compaixão. Takeshi enfrenta 12 Kamen Riders com os mesmos poderes dele, simultaneamente. Entre esses Kamen Riders, está Hayato Ichimonji, o único, que por um golpe do destino, Takeshi Hongo acaba tirando-o do controle da Shocker. No entanto, Takeshi acaba perdendo o duelo numa cena chocante contra os Kamen Riders, mas é vingado por Hayato, que acaba com todos os inimigos restantes e promete seguir o legado de Hongo. Continuando com o fantástico plot-twist, descobrimos que Takeshi não morreu e sim que seu cérebro está sendo mantido vivo como uma espécie de mentor para Hayato.

Esse volume termina com a primeira saga de Hayato sendo Kamen Rider, voltando a sua vila natal que passa por um experimento da Shocker.

A sagacidade de Ishinomori em se adaptar às adversidades é genial e deve ser destacada. Kamen Rider para Ishinomori não era só a série ou só o mangá, era o projeto de entretenimento como um todo. A TV começou a ficar popular mundialmente entre os anos 60/70, e ter essa visão de projeto de diferentes mídias é sensacional.

Sobre os protagonistas, Hayato tem características bem distintas de Takeshi, o que mostra que ambos têm certos conflitos de opinião: O primeiro é impulsivo e inexperiente com sua força, enquanto o segundo é mais decidido e sensato. Hayato tem uma origem mais humilde, vindo de uma vila de pescadores, já Takeshi é rico, com melhores condições financeiras e de educação. Isso fica bem nítido neste volume.

Algo que pode desagradar os leitores mais novos é como as personagens femininas foram tratadas, sendo apenas suporte emocional ou vítimas dos protagonistas/vilões, mas vale lembrar que a obra é de 1971 e o imaginário da época se prendia a esse tipo de representação. 

As cenas de ação e o tom “dark” continuam impecáveis e a narrativa segue ainda numa pobreza de detalhes e a sensação de furo, mas a dinâmica que Ishinomori aplica faz esse problema passar despercebido, tornando uma leitura simples e gostosa. A versão Brasileira mantém a ótima qualidade, mas peca em algumas adaptações, que só são percebidas por pessoas mais detalhistas.

Minha opinião sobre a obra ainda se mantém a mesma, somos parabenizados a acompanhar a história dos quadrinhos japoneses com um título de alta qualidade de um dos melhores mangakás que o Japão já teve. Vale cada centavo investido na obra.

Kamen Rider é publicado pela editora Newpop, com previsão de 3 volumes. 

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