MB Animações: JoJo’s Bizarre Adventure – Phantom Blood + Battle Tendency

Os fãs de JoJo ganharam um super presente em 2021. As produções, além de estarem disponíveis agora também na Netflix, foram dubladas! Atualmente, já constam no catálogo do streaming as dublagens de JoJo’s Phantom Blood, Battle Tendency e Stardust Crusaders e tudo indica que as vozes nacionais de Diamond is Unbreakable serão adicionadas em breve! 

Aproveitando a nossa Semana Joestar aqui na Mangás Brasil, com publicações de várias adaptações das obras de Araki, hoje, no MB Animações, vamos falar sobre as duas primeiras partes do anime mais bizarro e querido de todos: JoJo!

Já fizemos nossas análises sobre as duas primeiras partes do mangá, Phantom Blood e Battle Tendency. Ambas foram adaptadas em animação e unidas em uma única parte no catálogo da Netflix, e é comum vermos as duas constantemente vinculadas, pela curta duração da parte 1 e por, no total, serem as menores sagas de JoJo.

Com 26 episódios e exibida pela primeira vez na temporada de outono de 2012, a adaptação em animação de JoJo ganhou o mundo. A febre Joestar, que já existia no Japão desde o século passado, ganhou um novo fôlego. 

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A adaptação da primeira parte do mangá é bem fiel e dinâmica e, ao meu ver, a arte da animação melhora – e muito – a experiência. Enquanto no mangá os traços são bem característicos (e talvez, até datados demais), na animação os personagens ganham novos contornos (e igualmente datados, mas melhores). A história de Jonathan Joestar é curta, mas ambienta bem os primeiros acontecimentos de JoJo’s, mesmo que após a primeira parte, a história dê uma guinada maluca para uma outra direção. 

Primeiro, vamos ambientar sobre o que é a história e o que está acontecendo na primeira parte (Phantom Blood), caso você tenha chegado até aqui sem saber e queira conhecer.

 A saga se inicia na Inglaterra do século XIX, contando a rivalidade entre Jonathan Joestar, um jovem aristocrata, e Dio Brando, um garoto plebeu que foi acolhido pelo pai de Jonathan quando tornou-se órfão. Insatisfeito com sua posição social, a ambição insaciável e o desejo de dominação de Dio o levam a estudar os poderes sobrenaturais de uma antiga máscara asteca de pedra presente na mansão dos Joestar – um artefato que mudará para sempre o destino de Dio e das futuras gerações dos Joestar.

Disponível em: <Informações sobre JoJo’s Bizarre Adventure – Crunchyroll>.

Aliás, acho que é uma boa hora para comentar que a minha experiência JoJo foi assim, quase no escuro. Não sabia nem conhecia nada além do meme “kono Dio da” e das músicas e referências musicais. Aproveitei que a dublagem da série foi anunciada e decidi começar minha aventura bizarra. E, foi paixão à primeira vista (do Joseph). 

A dublagem nacional está impecável. É divertida, dinâmica, bem encaixada na animação, de uma qualidade incomparável e com um elenco fenomenal. Eu entendo que, para muitos fãs de JoJo, os áudios originais são insubstituíveis, mas eu confesso que preferi muito mais assistir a animação com as vozes nacionais. Minha experiência foi muito mais divertida e igualmente apaixonante. 

Hamon

O que muito se fala sobre a primeira parte da narrativa é que é desconexa com o restante do enredo e “menos legal” do que aguarda adiante. Ao meu ver, Phantom Blood é igualmente bom e necessário como qualquer outra parte da série, mesmo que Araki tenha virado o mundo de cabeça para baixo depois dos acontecimentos de Battle Tendency, a série começa bem. Talvez minha preferência por narrativas vampíricas contribua para o fato de eu gostar bastante da primeira parte de JoJo? Podemos dizer que sim. Mas o que mais me chama atenção aqui é a boa construção de Dio como vilão e como isso caminha e influencia as partes seguintes. 

Dio é detestável. Há um esforço em tornar o personagem mais repulsivo a cada atitude, ainda mais em contraste com o todo certo e moral Jonathan (ao contrário de em Stardust Crusaders, onde os esforços são para que amemos Dio). A dualidade dos protagonistas é uma fórmula batida, mas que funcionou bem em JoJo – e precisamos levar em consideração que essa fórmula foi aplicada lá nos anos oitenta, quando não era tão batida assim. 

Phantom Blood começa e termina rapidamente, explorando pouco do muito que foi apresentado, mas funciona de forma introdutória para as aventuras bizarras de JoJo. Os personagens secundários, que aparecem aos montes no decorrer dos episódios, são passageiros e poucos ganham uma apresentação mais completa. E tenho que ressaltar o papel didático de Speedwagon aqui. Um personagem cuja participação na história é simples e puramente a de narrar tudo que está acontecendo! Claro, ele ganha uma importância maior na segunda parte, mas nessa primeira, convenhamos, ele é só um fofoqueiro que resolveu ir atrás de Jonathan para saber o que ele ia fazer, e faz as vezes de narrador!  É divertido, e mostra o quanto JoJo’s Phantom Blood é um produto de seu tempo. 

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Com a narrativa consolidada e a história nos eixos, com todos os conflitos e desafios bem estabelecidos, Phantom Blood abre um caminho direto para Battle Tendency, que dá andamento a história. Aqui, temos o neto de Jonathan, Joseph, que muito se diferencia do avô, mas que carrega em si o mesmo poder do primeiro JoJo. E, meus amigos, é aqui que a animação me ganhou. O protagonista é muito bem construído, em seus vícios e virtudes, e temos enfim um aproveitamento e um aprofundamento melhor dos personagens envolvidos na trama. Há a expansão da mitologia criada na primeira parte e, por conter mais episódios, a trama se desenvolve muito melhor. 

Na ausência do vilão, temos outras três ameaças muito bem construídas e apresentadas. A jornada do herói também é melhor retratada e o crescimento do protagonista é muito bem acertado. Não é à toa que Joseph Joestar é o melhor JoJo para muitos, e os acertos na construção do personagem são vários. 

Cinquenta anos depois, na Nova Iorque de 1938, Joseph Joestar, neto de Jonathan, precisa cumprir a missão deixada por seu avô e dominar as técnicas necessárias para destruir a máscara de pedra e seus criadores: os Homens do Pilar, criaturas imensamente poderosas cuja existência ameaça a sobrevivência da humanidade.

Disponível em: <Informações sobre JoJo’s Bizarre Adventure – Crunchyroll>.

O bizarro ganha força na segunda parte de JoJo. Constantemente, nos pegamos pensando: meu deus, o que está acontecendo? Para, logo em seguida, rir de nós mesmos, que buscam lógica em algo que já é auto intitulado “Bizarro” por isso mesmo. E esse sentimento perdura por todas as partes de JoJo e é o que faz a história tão única e incrível.

Saímos da Inglaterra e vamos para o México de 1930, quase 50 anos depois do fim de Phantom Blood, e a ameaça de Dio não é mais o problema para JoJo. O vilão, ou melhor, os vilões dessa parte são os Homens do Pilar, um “trio” icônico de grandes poderosos que estavam adormecidos por milhares de anos e que agora, por conta de vários acontecimentos bizzaros – que vão desde a influências e experiências nazistas e alguns fatores místicos – despertaram e desafiam JoJo. 

Digo “trio” pois existe um primeiro Homem do Pilar, Santana (sim, em homenagem ao guitarrista, mas que na licença ocidental teve seu nome modificado para Saintviento, que também é um bom nome). Saintviento serve puramente como elemento narrativo para explicar a ameaça maior que está por vir, que são os três bonitões que eu comentei ali em cima – cujos nomes também são referências diretas a bandas – Esidici (um jeito estranho de se escrever AC/DC), Wamuu (referência ao Wham!) e Kars (da banda The Cars). 

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A narrativa dessa vez é mais ágil e acompanha melhor os personagens, que são muito melhor trabalhados. As características dos vilões são bem marcantes e existe toda a questão da honra da batalha e dos ideais da vilania, um ponto muito positivo. As lutas não são apenas lutas, são todas arquitetadas e respaldadas em códigos de moral e signos específicos (bom, na teoria, são) e isso deu um charme a mais para o desenrolar das história, ao meu ver. 

Melhor JoJo, sim ou claro?

Como eu disse, logo após encerrar Battle Tendency, Araki dá um super “reset” na história e “manda tudo pelos ares”, mas com a preocupação de estabelecer alguns vínculos e justificativas (e manter o melhor JoJo de todos entre os protagonistas). Stardust Crusaders é, para vários, a melhor parte de JoJo e “onde a história começa”, já que nas partes seguintes foi mantido o enredo principal dos Stands e outras coisas. Porém, Phantom Blood e Battle Tendency são a raiz de todo o brilhantismo de Araki e devem ganhar seu devido reconhecimento. 

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