MB Movies: A Sociedade da Espada (2001)
A Sociedade da Espada (Shurayuki-hime) é um filme japonês de ação de 2001 dirigido por Shinsuke Sato, sendo uma releitura do mangá Lady Snowblood (Shurayuki-hime) dos mestres Kazuo Koike e Kazuo Kamimura.
Nessa reimaginação da obra original, temos um futuro pós-apocalíptico em que o Japão é novamente comandado por uma monarquia. Porém, rebeldes se opõem a esse governo e buscam assumir o país. A casa dos Takemikazuchi, um grupo de assassinos, é contratada pelo governo para suprimir a rebelião. Em meio à uma conspiração obscura, Yuki, a última descendente dos Takemikazuchi, foge e se torna amiga de um desses rebeldes, procurando vingança contra o líder da sua família.
Totalmente diferente do mangá e da adaptação cinematográfica de 1973, que foi estrelada pela atriz/cantora Meiko Kaji, aqui temos uma Yuki mais “calma”, por assim dizer, mesmo que o seu objetivo inicial é descobrir quem assassinou a sua mãe e se vingar, ela logo percebe que pode existir um caminho além do rancor e da vingança. Fora que também era o desejo de sua mãe que a filha fosse feliz, bem diferente da ideia original que o Koike concebeu para o personagem. Apesar de apresentar uma subtrama que adiciona mais dramaticidade ao filme, eu particularmente não consegui me conectar aos outros personagens, ao menos pra mim não funcionou tão bem.
Falando sobre a Yuki, dessa vez a personagem é interpretada pela atriz e ex-modelo Yumiko Shaku, aos seus 23 anos, sendo o seu trabalho de estreia nos cinemas. Dois antes ela havia trabalhado como dubladora, emprestando a sua voz para a personagem Aya Brea no segundo jogo da série Parasite Eve. Em A Sociedade da Espada, ela realiza um bom trabalho nas cenas de luta, mesmo que tenha usado dublê nos momentos de acrobacia.
O verdadeiro ás na manga em A Sociedade da Espada está em suas ótimas sequências de ação que foram coreografadas pelo grande ator chinês Donnie Yen, que é mais conhecido pelo seu trabalho como Ip Man. Tendo movimentos ágeis com as espadas, acrobacias bem interessantes e boas porções de chutes rápidos, os fãs do senhor Yen certamente irão gostar e reconhecer seu estilo característico de lutar que aqui estão presentes em boas doses.
Porém, não espere o mesmo nível de violência da obra original e menos ainda do live-action de 1973. Nesse remake de 2001 são poucas as cenas que contém um grau mais elevado de sangue, sendo quase uma obra com classificação etária livre.
Para um melhor aproveitamento do filme, indico assisti-lo de forma isolada, não tendo em mente nem o mangá nem a versão protagonizada por Meiko Kaji da década de 70, mesmo sendo difícil não compará-los ao longo do filme. Acho bem positivo da parte do diretor Shinsuke Sato não copiar nada dos roteiros do Koike, ele realmente criou a sua própria visão da Yuki, apesar de não se equiparar ao material original e menos ainda da versão da senhorita Kaji, ainda sim acho um conceito interessante. Vale a conferida, principalmente num final de semana, numa tarde em que se esteja de bobeira. Vai lhe render um bom entretenimento.